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Chegamos à cima de um morro e mais na frente se apresentava uma faixa de rio, era já o rio Xingu. Já estávamos perto do outro lado e a sua travessia... Tão esperada travessia, já reservava surpresas naquele monte de barro e poeira que entrava coçando os olhos.

Existia uma balsa, que não parecia agüentar tudo aquilo de automóvel. Era um rio bonito, bonitão na verdade... Alguns se jogaram nele, outros só observaram de longe Logo ali embaixo de um morro, estava aquele de que tanto pensávamos em noites perdidas na frente de textos, livros e choros, aqui do lado e ao mesmo tempo a milhões de km de distância. Não entendíamos de verdade, até hoje não sabemos (Como já dizia minha sabia vó) da missa o terço. Nossas respostas estavam na terceira margem e nos restava apenas sentir... Ele, o mergulho naquilo, no doce de um rio claro e verde, para tentar recobrar as esperanças, de vida...
Conversando com um menininho que vendia castanha. E ele profetizava: “ Entraram em greve ali, vocês não vão passar!”

Paramos, depois de acreditar que já estávamos quase lá e que Altamira já era logo ali... A imagem do menininho que vendia castanha, momentos antes apareceu quando avistamos uma fileira de caminhões e ônibus, uma barricada.
... Íamos descendo do ônibus, com movimentos lentos e cansados, precisávamos de alimento e algum lugar que pudéssemos nos esticar, quando avistamos, mulheres, crianças, homens, tendas, cansaço, música sertanejo e uma faixa que dizia mais ou menos assim: “ Fora Liber, prefeito de Vitoria do Xingu!”.

 

Então, não era uma greve, era um grito, uma necessidade de que ouçam. Aqui! Aqui!
Nossa fome se transformou em raiva e ficamos tentando entender o que estava acontecendo e quem era de verdade esse outro dono de poder que estava dando cacetadas no respeito que aqueles indivíduos ali mereciam. É incrível que para nós, era mais um circulo, outro, “Mais um Filho da merda do dinheiro”, o normal enquadra nossa mente, o virar cotidiano que só sentes quando estas com a pele sendo queimada. Foi isso. No sol da tarde, no asfalto quente, sentimos todas as feridas na nossa pele também e nos postamos a esperar.
Quem era?O prefeito! Palmas ao prefeito!? Nosso representante, aquele que é  incumbido a destinar nossos impostos com o máximo de bom senso. O primeiro ladrão, o maior, que se utiliza de outras faces e engana psicologicamente como um vírus em chips, quando se percebe não consegue mais enxergar por conta do grande e terrível e inteligente método de brincar com sensações. Roubou 17 milhões de uma cidadezinha pequena, que também irá ser afetada com a construção do monstro, não foi preso e ainda continua na prefeitura.
“...Demônios estão na presidência enquanto você liga a TV para ver, sei lá, rocky Balboa...”
Individuo que mesmo judicialmente condenado não sai da prefeitura. Há chutes e mais chutes no íntimo de uma população que já é afetada por uma tremenda falta de lembrança, sem a capacidade mínima de inserção, gritando para algum lugar, algum salvador, alguma voz do além que tire toda essa corja do poder. No final quem ouve são os poeirentos caminhões e seus motoristas cansados que passam de lá pra cá pelo Brasil. Foram descansar depois de um dia todo, parados, ali. Depois de uma vitória(??) ,  mais uma audiência? Ministério público?  Ai retorno ao inicio da sentença e me pergunto irão descansar?
http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-5843-FIM+DA+APURACAO+EM+VITORIA+DO+XINGU.html
http://wwwblogdoxarope.blogspot.com/2011/08/licitacoes-fraudulentas-prefeito-liber.html
http://altamirahoje.blogspot.com/2011/09/moradores-de-vitoria-do-xingu-pedem.html

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